segunda-feira, 4 de agosto de 2014

ALIANÇA PARA O PROGRESSO.


Aliança para o Progresso: um plano de ajuda para vencer a miséria ou para conter mudanças sociais?
A Aliança para o Progresso foi um programa de cooperação multilateral, proposto pelos Estados Unidos com o aparente objetivo de auxílio ao desenvolvimento socioeconômico latino-americano. Coincidia com um movimento de grande efervescência social na América Latina, representado pela mobilização de trabalhadores rurais e urbanos por mudanças sociais e econômicas bem como pela implantação do socialismo em Cuba.
Através dele, os Estados Unidos se comprometiam a dar significativa ajuda financeira à América Latina, para erradicar a secular miséria e afastar um dos principais motivos dos movimentos de esquerda. Segundo o plano , os EUA canalizariam 2 bilhões de dólares anualmente para a America Latina, sendo que 50% desse valor deveria ser aplicado em obras públicas, com a finalidade de gerar empregos.
Apesar de referir-se a reformas sociais e econômicas, o plano mostrou-se inoperante, por várias razões.
O não cumprimento da ajuda financeira preconizada, em consequência de crescentes cortes nas verbas de ajuda externa dos EUA.
O problema fundamental da América Latina não era (e não é) da ordem de escassez de investimentos, mas sim de estrutura (social, política e econômica). Os investimentos, sem dúvida, poderiam  modernizá-la, mas seria uma modernização para poucos, e não para todos, como de fato posteriormente ocorreu. O problema latino-americano estava (e está) na exclusão social, ou seja, na má distribuição da renda, na má distribuição da terra, da riqueza e do poder.
O plano apoiou-se em governos conservadores, cuja política era feita para a permanência da situação vigente.
Lembramos que as décadas de 1960 e de 1970 foram marcadas por sucessivos golpes de Estado na América Latina, com a participação dos Estados Unidos. Instalaram-se governos ditatoriais de direita, satisfazendo amplamente a política externa norte-americana.
Dizia um artigo do The New York Times de 27 de novembro de 1975:”Se um governo chega ao poder como resultado de um golpe e coloca seu país na órbita norte-americana, Washington faz todo o possível para dificultar a substituição desse governo, mesmo que o apoio de seu próprio povo seja insignificante e por mais caro que isso saia.
(Citado por K.A Katchaturov, A expansão ideológica dos EUA na América Latina p. 28)
Fonte : Melhen Adas e Sergio Adas.

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