terça-feira, 11 de dezembro de 2012

RECURSOS MINERAIS NA AMAZÔNIA LEGAL


IBGE traz informações do solo e dos recursos minerais a Banco de Dados da Amazônia Legal

IBGE traz informações do solo e dos recursos minerais a Banco de Dados da Amazônia Legal

Complementando o acervo do Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA) sobre os recursos naturais da Amazônia Legal (AM Legal), o IBGE torna público as informações gráficas e alfanuméricas atualizadas de geologia e solos dessa região, cuja área (5.016.136,3 km2) ocupa cerca de 59% do território brasileiro. As informações, apresentadas com um nível de detalhe compatível com a escala 1:250:000, foram obtidas a partir de imagens de sensores orbitais – em especial do LANDSAT (conforme as datas mostradas no cartograma) – , de trabalhos de campo e de estudos realizados por uma equipe multidisciplinar com vasta experiência no mapeamento e sistematização de informações ambientais sobre o país. O BDIA da AM Legal até agora continha os dados de vegetação e relevo da região, disponibilizados, respectivamente, em 2008 e 2009.
As informações estão estruturadas em banco de dados visando à sua utilização em Sistemas de Informações Geográficas – SIG, que permitem a criação de novos produtos, derivados a partir do cruzamento de dados, e a possibilidade de contribuir para ações de ordenamento territorial, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
O produto está disponível para download, contendo arquivos no formato shape file com banco de dados associado (gráfico e alfanumérico) e documentação, neste link.
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Na Amazônia Legal vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). Além de conter 20% do bioma cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia – o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta -, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.
Rochas sedimentares predominam (2/3) e abrigam muita água doce
Os dados da geologia mostram que quase 2/3 das rochas superficiais da Amazônia são de natureza sedimentar, sendo o restante dividido em partes aproximadamente iguais de rochas ígneas (ou magmáticas, 15%), e de rochas metamórficas (16%), todas com grande potencial de uso direto (sem a necessidade de grandes transformações industriais) na construção civil.
As rochas sedimentares preenchem depressões da crosta terrestre, destacando-se as Bacias Sedimentares do Solimões, Amazonas, Parnaíba e Paraná-Parecis. Parte significativa constitui aquíferos porosos, espécie de reservatórios subterrâneos, capazes de armazenar grandes volumes de água. Estima-se que nestas bacias, em conjunto com outras de menor porte como Pantanal, Bananal, Guaporé e Rio Branco, estejam armazenados 101.920 km3 de água doce de boa qualidade. As rochas sedimentares têm ainda potencial de exploração de combustíveis fósseis, como se vê nos campos de petróleo e gás de Urucu, no Amazonas. Há boas perspectivas de acumulação dessas substâncias nas bacias costeiras do Maranhão, Pará e Amapá, além de reservas de gás natural no município de Capinzal do Norte (MA).
Nas áreas de rochas sedimentares, há também a possibilidade de serem encontradas jazidas de calcário (utilizáveis na agricultura e no fabrico de cimento); sal-gema e gipsita (fontes de gesso para a medicina e a construção civil); e anidrita (fonte de sulfato e cálcio). Elas abrigam, ainda, a maior parte do ouro, da cassiterita, do diamante e de outros minerais pesados extraídos por garimpagem na Amazônia.
AM Legal:15,1% das rochas da Amazônia Central que formam metais nobres
Já as rochas ígneas (15,1% da área da Amazônia Legal), provenientes da consolidação do magma (massa rochosa do interior da terra em estado de fusão), e as metamórficas (16,1%), resultado de alterações sofridas por outros tipos de rochas em decorrência de mudanças nas condições físicas ou químicas (temperatura e pressão, por exemplo), apresentam maior potencial mineral. As ígneas – com tendência à formação de jazidas de metais nobres, como o ouro, e de minerais industriais, como a cassiterita – estão mais concentradas na Amazônia Central, uma faixa quase contínua que se estende do sudeste do Pará ao norte de Roraima e ao noroeste do Amazonas. Percentualmente, mais da metade das rochas ígneas da Amazônia Legal (51,9%) encontram-se no Estado do Pará.
As metamórficas detêm um potencial como fonte de ouro primário. São propícias também à formação de jazidas minerais de uso industrial (notadamente ferro e manganês) e de sulfetos de cobre, chumbo e zinco. Estão presentes também em materiais da construção civil, como brita e rochas ornamentais. O Pará detém igualmente a maior parte da extensão desse tipo de rocha na Amazônia Legal (37,3%).
Estudo aponta baixa fertilidade natural sob a floresta amazônica
Os dados da Pedologia (estudo dos solos) surpreendem ao mostrar que a maioria absoluta dos solos sob a exuberante floresta amazônica apresenta baixa ou muito baixa fertilidade natural, necessitando correções químicas consideráveis para exploração comercial de atividades agropecuárias. Os solos eutróficos (de elevada fertilidade natural) são encontrados apenas nas grandes planícies de inundação dos rios que drenam a região andina ou periandina, ou seja, dos rios posicionados na direção aproximada leste-oeste (cerca de 150.000 km2), e nos altos rios Juruá e Purus, mais precisamente, na porção relativa ao estado do Acre, onde ocupam cerca de 98.500 km2.
Encontram-se disponíveis no Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA) – Pedologia (solos) do IBGE, para a Amazônia Legal, um total de 4.425 pontos de amostragem, sendo 2.568 pontos (ou 58%) referentes a perfis de solo completos, 1.171 pontos referentes a coletas de amostras para fins de fertilidade (em que, comumente, só se coleta o horizonte superficial) e 686 pontos extras (em que, geralmente, apenas um ou dois horizontes ou camadas do solo são amostrados).
Informe do IBGE, publicado pelo EcoDebate, 11/12/2012

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